As cargas no casaco permanecem imóveis, enquanto na parede as cargas negativas movem-se, cada vez mais para longe, na medida em que o balão se aproxima. Quando o balão é solto ele é atraído pelo casaco, exceto quando ele é solto em um ponto muito próximo da parede. Neste caso ele é atraído pela parede. Neste experimento temos duas questões: por que as cargas negativas se deslocam na parede, para mais longe do balão, e por que a partir de determinado ponto ele é atraído pela parede?

O deslocamento das cargas negativas na parede é para simular o efeito de polarização em materiais dielétricos. Nesses materiais os elétrons não se deslocam facilmente como nos condutores, mas podem fazer pequenos deslocamentos quando na presença de um campo elétrico. Depois desses pequenos deslocamentos, formam-se dipolos elétricos, com cargas positivas e negativas separadas por uma pequena distância. Quando o balão se aproxima da parede, o campo elétrico de suas cargas negativas produz a polarização nas moléculas da parede.

Quando o balão está em algum ponto próximo da parede, ele é submetido a três forças coulombianas; duas de atração e uma de repulsão. A primeira, de atração, vem das cargas positivas do casaco, e é a mais intensa para a mesma distância ao balão. A segunda de atração vem das cargas positivas nas moléculas polarizadas da parede. A terceira, de repulsão, vem das cargas negativas nas moléculas polarizadas da parede. Tudo o que acontece com o movimento do balão é o resultado dessas três forças. Quando o balão está próximo do casaco, a força de atração das cargas do casaco é maior do que a força de atração das cargas positivas da parede. Quando o balão está bem próximo da parede, a força de atração das cargas positivas da parede é maior do que a soma da força de atração das cargas positivas do casaco com a força de repulsão das cargas negativas da parede. O resultado é que o balão é atraído e fica grudado na parede.